Mensalão
Valério: Lula usou dinheiro do mensalão (Juliana Knobbel/Frame/Folhapress e Cristiano Mariz)
Operador do esquema do mensalão, o empresário Marcos Valério de Souza recusou a oferta de delação premiada no inquérito que investiga a suspeita de envolvimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-ministro Antonio Palocci no maior escândalo de corrupção política do país. Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, Valério disse em depoimento em abril à Polícia Federal e ao Ministério Público, em Minas Gerais, que só aceitaria o acordo caso fosse beneficiado em todos os outros inquéritos criminais abertos contra ele. Só no julgamento do mensalão, no Supremo Tribunal Federal (STF), Valério foi condenado a mais de 40 anos de prisão.
Instrumento legal para estimular acusados a colaborarem com investigações, a delação premiada pode resultar em benefícios que vão da redução penal ao perdão judicial.
Com a certeza de que iria para a cadeia, o empresário mineiro começou a revelar os segredos do mensalão em meados de setembro, como revelou VEJA. Quando ainda acontecia o julgamento no STF, Valério foi à Procuradoria Geral da República e afirmou que Lula usou dinheiro do mensalão para pagar despesas pessoais em 2003. O empresário explicou que os valores foram depositados na conta da empresa do ex-assessor da Presidência, Freud Godoy, conhecido como o «faz-tudo» de Lula na época – e ligado ao escândalo dos aloprados.
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Recursos do mensalão devem ser julgados no 2º semestre
Valério afirmou ainda que Lula e Palocci negociaram com Miguel Horta, então presidente da Portugal Telecom, repasse de 7 milhões de dólares ao Partido dos Trabalhadores (PT). Naquela ocasião, Valério chegou a pedir proteção e afirmou que aceitaria a delação premiada, que agora recusa.
Segundo o jornal, o empresário permaneceu calado a maior parte do tempo em que a delegada Andrea Pinho, responsável na PF pelo inquérito, tentou tomar seu depoimento. A recusa de Valério, segundo a Folha, aumentou o ceticismo dos investigadores em relação ao desenrolar da apuração envolvendo o ex-presidente. Ao ser ouvido, Valério não teria dado uma informação considerada fundamental pelos investigadores: quando exatamente teria acontecido a reunião em que Lula, Palocci e Horta teriam tratado do repasse da Portugal Telecom ao PT.
As revelações de Valério abriram a primeira possibilidade de investigação de Lula no caso do mensalão. O ex-presidente sempre alegou desconhecer o esquema de compra de apoio de parlamentares, apesar do envolvimento comprovado de seu braço-direito no governo, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu – condenado pelo STF a mais de 10 anos de prisão por corrupção ativa e formação de quadrilha.
Valério: Lula usou dinheiro do mensalão (Juliana Knobbel/Frame/Folhapress e Cristiano Mariz)
Operador do esquema do mensalão, o empresário Marcos Valério de Souza recusou a oferta de delação premiada no inquérito que investiga a suspeita de envolvimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-ministro Antonio Palocci no maior escândalo de corrupção política do país. Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, Valério disse em depoimento em abril à Polícia Federal e ao Ministério Público, em Minas Gerais, que só aceitaria o acordo caso fosse beneficiado em todos os outros inquéritos criminais abertos contra ele. Só no julgamento do mensalão, no Supremo Tribunal Federal (STF), Valério foi condenado a mais de 40 anos de prisão.
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Com a certeza de que iria para a cadeia, o empresário mineiro começou a revelar os segredos do mensalão em meados de setembro, como revelou VEJA. Quando ainda acontecia o julgamento no STF, Valério foi à Procuradoria Geral da República e afirmou que Lula usou dinheiro do mensalão para pagar despesas pessoais em 2003. O empresário explicou que os valores foram depositados na conta da empresa do ex-assessor da Presidência, Freud Godoy, conhecido como o «faz-tudo» de Lula na época – e ligado ao escândalo dos aloprados.
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Valério afirmou ainda que Lula e Palocci negociaram com Miguel Horta, então presidente da Portugal Telecom, repasse de 7 milhões de dólares ao Partido dos Trabalhadores (PT). Naquela ocasião, Valério chegou a pedir proteção e afirmou que aceitaria a delação premiada, que agora recusa.
Segundo o jornal, o empresário permaneceu calado a maior parte do tempo em que a delegada Andrea Pinho, responsável na PF pelo inquérito, tentou tomar seu depoimento. A recusa de Valério, segundo a Folha, aumentou o ceticismo dos investigadores em relação ao desenrolar da apuração envolvendo o ex-presidente. Ao ser ouvido, Valério não teria dado uma informação considerada fundamental pelos investigadores: quando exatamente teria acontecido a reunião em que Lula, Palocci e Horta teriam tratado do repasse da Portugal Telecom ao PT.
As revelações de Valério abriram a primeira possibilidade de investigação de Lula no caso do mensalão. O ex-presidente sempre alegou desconhecer o esquema de compra de apoio de parlamentares, apesar do envolvimento comprovado de seu braço-direito no governo, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu – condenado pelo STF a mais de 10 anos de prisão por corrupção ativa e formação de quadrilha.