Diplomacia
Documento secreto obtido pelo ‘Fantástico’ e por jornalista do diário ‘The Guardian’ mostra esquema de monitoramento de comunicações da presidente
Segundo reportagem do Fantástico, Dilma foi alvo de espionagem (Ueslei Marcelino/Reuters)
Reportagem do Fantástico , da TV Globo, exibida na noite deste domingo afirma que as comunicações da presidente Dilma Rousseff foram alvo de espionagem por parte da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos.
A acusação foi baseada em um documento secreto obtido pelo jornalista americano Glenn Greenwald, do jornal inglês The Guardian . Greenwald foi um dos primeiros a revelar o sistemático esquema de espionagem eletrônica da agência americana e do governo Obama delatado pelo ex-analista da NSA Edward Snowden. O jornalista é namorado do brasileiro David Miranda, que foi detido no mês passado em Londres, quando transportava papéis entregues por Snowden. Greenwald disse que o material sobre a vigilância ao governo brasileiro também foi repassado a ele pelo ex-analista.
Dilma – Segundo a reportagem exibida no programa, o nome de Dilma aparece em uma apresentação produzida internamente para funcionários da NSA e intitulada «Filtragem inteligente de dados: estudo de caso do México e do Brasil». De acordo com o material, o objetivo do monitoramento ao Brasil seria «melhorar a compreensão dos métodos de comunicação» entre a presidente e seus assessores. No documento, o presidente mexicano Enrique Peña Nieto também é mencionado como alvo de vigilância. Datada de 20 de junho de 2012, quando Peña Nieto ainda era candidato, a apresentação mostra mensagens de texto interceptadas do celular do futuro presidente. Nelas, ele aparece especulando quais seriam os seus ministros caso viesse a ser eleito.
No caso de Dilma, o material exibido pelo Fantástico não indica o conteúdo de qualquer conversa ou texto que eventualmente tenha sido alvo de bisbilhotagem pela agência. Os trechos que citam a presidente mostram apenas organogramas de sua rede de assessores, que aparecem com os nomes apagados. A apresentação detalha que a coleta de dados para espionar os governantes seria feita pelo monitoramento de números de telefone, e-mails e IP (a identificação do computador).
Leia também:
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Muito antes de Snowden, EUA já investigavam milhares de ‘ameaças internas’
Método – «Ficou muito claro, com esses documentos, que a espionagem já foi feita, porque eles não estão discutindo isso só como alguma coisa que eles estão planejando. Eles estão festejando o sucesso da espionagem», analisa Greenwald na reportagem.
A apresentação interna termina explicando que o método de monitoramento consiste em uma filtragem de dados «simples e eficiente» e que sua execução pode vir a ser repetida. Segundo as conclusões da reportagem, a indicação de que o monitoramento pode vir a ser repetido significa que ele já foi usado uma vez.
A reportagem do Fantástico afirmou que tentou entrar em contato com Snowden, mas o ex-analista, que atualmente está asilado temporatiamente na Rússia, disse que o governo local exigiu que ele não comente o conteúdo dos documentos.
Reação – A denúncia foi tema de reunião realizada domingo entre Dilma e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Ficou decidido que o Itamaraty vai convocar o embaixador dos Estados Unidos para cobrar explicações e que o governo brasileiro irá recorrer à ONU e a outros órgãos internacionais contra ações de espionagem. «Se forem comprovados os fatos, estaremos diante de uma situação inadmissível», disse Cardozo ao Fantástico .
Histórico de investigação de dados nos Estados Unidos
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Segundo reportagem do Fantástico, Dilma foi alvo de espionagem (Ueslei Marcelino/Reuters)
Reportagem do Fantástico , da TV Globo, exibida na noite deste domingo afirma que as comunicações da presidente Dilma Rousseff foram alvo de espionagem por parte da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos.
A acusação foi baseada em um documento secreto obtido pelo jornalista americano Glenn Greenwald, do jornal inglês The Guardian . Greenwald foi um dos primeiros a revelar o sistemático esquema de espionagem eletrônica da agência americana e do governo Obama delatado pelo ex-analista da NSA Edward Snowden. O jornalista é namorado do brasileiro David Miranda, que foi detido no mês passado em Londres, quando transportava papéis entregues por Snowden. Greenwald disse que o material sobre a vigilância ao governo brasileiro também foi repassado a ele pelo ex-analista.
Dilma – Segundo a reportagem exibida no programa, o nome de Dilma aparece em uma apresentação produzida internamente para funcionários da NSA e intitulada «Filtragem inteligente de dados: estudo de caso do México e do Brasil». De acordo com o material, o objetivo do monitoramento ao Brasil seria «melhorar a compreensão dos métodos de comunicação» entre a presidente e seus assessores. No documento, o presidente mexicano Enrique Peña Nieto também é mencionado como alvo de vigilância. Datada de 20 de junho de 2012, quando Peña Nieto ainda era candidato, a apresentação mostra mensagens de texto interceptadas do celular do futuro presidente. Nelas, ele aparece especulando quais seriam os seus ministros caso viesse a ser eleito.
No caso de Dilma, o material exibido pelo Fantástico não indica o conteúdo de qualquer conversa ou texto que eventualmente tenha sido alvo de bisbilhotagem pela agência. Os trechos que citam a presidente mostram apenas organogramas de sua rede de assessores, que aparecem com os nomes apagados. A apresentação detalha que a coleta de dados para espionar os governantes seria feita pelo monitoramento de números de telefone, e-mails e IP (a identificação do computador).
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Método – «Ficou muito claro, com esses documentos, que a espionagem já foi feita, porque eles não estão discutindo isso só como alguma coisa que eles estão planejando. Eles estão festejando o sucesso da espionagem», analisa Greenwald na reportagem.
A apresentação interna termina explicando que o método de monitoramento consiste em uma filtragem de dados «simples e eficiente» e que sua execução pode vir a ser repetida. Segundo as conclusões da reportagem, a indicação de que o monitoramento pode vir a ser repetido significa que ele já foi usado uma vez.
A reportagem do Fantástico afirmou que tentou entrar em contato com Snowden, mas o ex-analista, que atualmente está asilado temporatiamente na Rússia, disse que o governo local exigiu que ele não comente o conteúdo dos documentos.
Reação – A denúncia foi tema de reunião realizada domingo entre Dilma e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Ficou decidido que o Itamaraty vai convocar o embaixador dos Estados Unidos para cobrar explicações e que o governo brasileiro irá recorrer à ONU e a outros órgãos internacionais contra ações de espionagem. «Se forem comprovados os fatos, estaremos diante de uma situação inadmissível», disse Cardozo ao Fantástico .
Histórico de investigação de dados nos Estados Unidos