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Por Rodrigo Viga Gaier e Patrícia Duarte
RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) – Por muito pouco, e auxiliada pelos gastos públicos, a economia brasileira saiu da recessão técnica no terceiro trimestre deste ano, movimento que mostra a dificuldade de recuperação mais consistente da atividade num momento em que o governo já indicou mais austeridade fiscal.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu apenas 0,1 por cento no terceiro trimestre de 2014, na comparação com os três meses anteriores, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, abaixo do esperado.
Mesmo assim, saiu da recessão técnica –dois trimestres seguidos de contração– que havia entrado no semestre passado pela primeira vez desde a crise internacional de 2008/09. Em relação ao terceiro trimestre de 2013, o PIB do país registrou queda de 0,2 por cento entre julho e setembro passados.
A mediana de previsões de analistas consultados pela Reuters apontava para crescimento trimestral de 0,3 por cento e contração de 0,1 por cento na comparação anual.
Segundo o IBGE, o consumo do governo cresceu 1,3 por cento no trimestre passado sobre o período imediatamente anterior, avançando 1,9 por cento sobre um ano antes. Esse desempenho, no entanto, parece estar com os dias contados, diante da formação da nova equipe econômica da presidente Dilma Rousseff, com perfil mais ortodoxo e discurso de mais rigor fiscal, com corte de despesas.
O Brasil tem convivido com inflação elevada e baixo ritmo de crescimento, o que afetou em cheio a confiança dos agentes econômicos. Na véspera, foi confirmado que Joaquim Levy assumirá o Ministério da Fazenda, enquanto Nelson Barbosa vai para o comando do Planejamento. Alexandre Tombini, que iniciou mais um ciclo de aperto monetário recentemente, continua à frente do Banco Central.
INVESTIMENTOS
No trimestre passado, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) –medida de investimento– cresceu 1,3 por cento, mas ainda continua fortemente no vermelho na comparação anual, com queda de 8,5 por cento.
A indústria, por sua vez, teve expansão de 1,7 por cento entre julho e setembro, sobre o segundo trimestre, e contração de 1,5 por cento sobre um ano antes.
Para o quarto trimestre, já aparecem alguns sinais de um pouco mais de recuperação da indústria. A confiança do setor, medida pela Fundação Getulio Vargas (FGV), cresceu em outubro e em novembro, primeiros resultados positivos neste ano.
Por outro lado, a confiança do consumidor não mostrou ímpeto neste período, recuando 1,5 por cento no mês passado ao menor nível desde 2009.
Segundo o IBGE, o consumo das famílias recuou no trimestre passado 0,3 por cento. Na comparação anual houve expansão de apenas 0,1 por cento.
A expectativa do mercado em pesquisa Focus do Banco Central, que ouve semanalmente economistas de instituições financeiras, é de que o PIB crescerá neste ano apenas 0,20 por cento. Se confirmado, será o pior desempenho desde a contração de 0,33 por cento vista em 2009.
(Reportagem adicional de Felipe Pontes)
© Thomson Reuters 2014 All rights reserved.
Por Rodrigo Viga Gaier e Patrícia Duarte
RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) – Por muito pouco, e auxiliada pelos gastos públicos, a economia brasileira saiu da recessão técnica no terceiro trimestre deste ano, movimento que mostra a dificuldade de recuperação mais consistente da atividade num momento em que o governo já indicou mais austeridade fiscal.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu apenas 0,1 por cento no terceiro trimestre de 2014, na comparação com os três meses anteriores, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, abaixo do esperado.
Mesmo assim, saiu da recessão técnica –dois trimestres seguidos de contração– que havia entrado no semestre passado pela primeira vez desde a crise internacional de 2008/09. Em relação ao terceiro trimestre de 2013, o PIB do país registrou queda de 0,2 por cento entre julho e setembro passados.
A mediana de previsões de analistas consultados pela Reuters apontava para crescimento trimestral de 0,3 por cento e contração de 0,1 por cento na comparação anual.
Segundo o IBGE, o consumo do governo cresceu 1,3 por cento no trimestre passado sobre o período imediatamente anterior, avançando 1,9 por cento sobre um ano antes. Esse desempenho, no entanto, parece estar com os dias contados, diante da formação da nova equipe econômica da presidente Dilma Rousseff, com perfil mais ortodoxo e discurso de mais rigor fiscal, com corte de despesas.
O Brasil tem convivido com inflação elevada e baixo ritmo de crescimento, o que afetou em cheio a confiança dos agentes econômicos. Na véspera, foi confirmado que Joaquim Levy assumirá o Ministério da Fazenda, enquanto Nelson Barbosa vai para o comando do Planejamento. Alexandre Tombini, que iniciou mais um ciclo de aperto monetário recentemente, continua à frente do Banco Central.
INVESTIMENTOS
No trimestre passado, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) –medida de investimento– cresceu 1,3 por cento, mas ainda continua fortemente no vermelho na comparação anual, com queda de 8,5 por cento.
A indústria, por sua vez, teve expansão de 1,7 por cento entre julho e setembro, sobre o segundo trimestre, e contração de 1,5 por cento sobre um ano antes.
Para o quarto trimestre, já aparecem alguns sinais de um pouco mais de recuperação da indústria. A confiança do setor, medida pela Fundação Getulio Vargas (FGV), cresceu em outubro e em novembro, primeiros resultados positivos neste ano.
Por outro lado, a confiança do consumidor não mostrou ímpeto neste período, recuando 1,5 por cento no mês passado ao menor nível desde 2009.
Segundo o IBGE, o consumo das famílias recuou no trimestre passado 0,3 por cento. Na comparação anual houve expansão de apenas 0,1 por cento.
A expectativa do mercado em pesquisa Focus do Banco Central, que ouve semanalmente economistas de instituições financeiras, é de que o PIB crescerá neste ano apenas 0,20 por cento. Se confirmado, será o pior desempenho desde a contração de 0,33 por cento vista em 2009.
(Reportagem adicional de Felipe Pontes)
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