‘Não teremos campanha fácil’, disse ex-presidente em encontro nacional.
Partido reafirmou candidatura de Dilma e buscou afastar tese do ‘Volta Lula’.
O 14º Encontro Nacional do PT formalizou na noite desta sexta-feira (2), em São Paulo, a indicação da presidente Dilma Rousseff como pré-candidata à reeleição pelo partido. A oficialização da candidatura se dará somente em junho, na convenção nacional do PT.
No evento, petistas buscaram esvaziar o chamado movimento «Volta Lula», cujo objetivo era substituir a candidatura de Dilma pela do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Antes de discursar, o presidente do partido, Rui Falcão, pediu aos militantes da plateia que levantassem os crachás vermelhos de delegados para aprovar a indicação de Dilma como pré-candidata do PT. No discurso, cujo conteúdo havia sido distribuído antes aos jornalistas pela assessoria, Falcão disse que a «tarefa mais importante» do partido é reeleger Dilma presidente.
Dilma e Lula entraram juntos no auditório do centro de convenções Anhembi e foram recepcionados pela plateia de cerca de 800 delegados do PT sob aplausos e aos gritos de «Um, dois, três, Dilma outra vez».
A presidente disse aos delegados que o lançamento de sua pré-candidatura à eleição de outubro é uma “prova” da confiança mútua entre ela e o ex-presidente Lula.
“Hoje, para receber a missão honrosa, a missão desafiadora de ser pré-candidata do PT à Presidência da República, dirijo à nossa liderança, a você presidente Lula, as minhas palavras de respeito e carinho. Esta é uma prova contundente da nossa confiança mútua e dos laços que nos uniram e nos unem ao povo brasileiro. Foi o compromisso com o povo brasileiro que nos uniu”, afirmou.
Ela afirmou que assumiu a missão «desafiadora» de ser candidata à reeleição e fez uma retrospectiva de seu governo, dizendo que enfrenta o desafio de suceder uma «lenda», referindo-se a Lula. “Eu tive uma tarefa fantástica, uma tarefa que a gente pode chamar de avassaladoramente forte, hercúlea, de suceder [o ex-presidente Lula]”, declarou.
Do rancor que os saudosistas do passado e uma certa elite têm de nós provém o nosso êxito. O Brasil não vai voltar no tempo porque o povo brasileiro não vai deixar. O Brasil não deve ser dirigido pelo rancor, pelo ódio e pelo ressentimento. Nós sabemos de onde nós viemos e sabemos para onde queremos ir. O PT não é o partido do ódio. Nós já derrotamos por três vezes esse nível de rancor. […] Vamos derrotá-los uma quarta vez.»
Para Dilma, o momento é de avançar com reformas, em especial a reforma politica. «Essa nova campanha na qual me colocaram como candidata exige que coloquemos como estratégica a reforma politica.» A presidente também fez referência à corrupção e disse que os governos do PT foram os que mais combateram o problema. «Antes, varria-se tudo para baixo do tapete», declarou.
Sem citar nomes, a presidente mencionou os que, segundo ela, são movidos a «ódio» e «rancor» e pediu unidade ao PT.
«Do rancor que os saudosistas do passado e uma certa elite têm de nós provém o nosso êxito. O Brasil não vai voltar no tempo, porque o povo brasileiro não vai deixar. O Brasil não deve ser dirigido pelo rancor, pelo ódio e pelo ressentimento. Nós sabemos de onde nós viemos e sabemos para onde queremos ir. O PT não é o partido do ódio. Nós já derrotamos por três vezes esse nível de rancor. Disputa, num partido como o nosso, é absolutamente justa. Nós vamos derrotá-los uma quarta vez. Só o faremos se estivermos juntos.»
Dilma se referiu ainda às críticas que recebeu dos adversários Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) pelo pronunciamento do Dia do Trabalho, no qual anunciou reajuste de 10% em benefícios do programa Bolsa Família.
«Eu quero informar uma coisa a vocês para que não fiquem dúvidas levantadas pela oposição a respeito do Bolsa Familia, já que só pensam no Bolsa Familia em momentos eleitorais. Fora dos momentos eleitorais, o Bolsa Família não existe. Vou lembrá-los que nos últimos três anos e quatro meses implantamos seis grandes melhorias no Bolsa Familia que elevaram o beneficio, descontada a inflação, em 44,3%», declarou.
Lula Antes da fala de Dilma, Lula afirmou que é preciso “parar de imaginar que existe outro candidato” do partido à eleição presidencial de outubro “que não a presidente Dilma Rousseff”.
“Quando a gente brinca com isso os adversários aproveitam. Não podemos gastar energia com coisa secundária. Não teremos campanha fácil”, afirmou.
Ele disse que, a partir de julho, estará “por conta da campanha” eleitoral. “Temos um pequeno problema para resolver que é o seguinte: a Dilma, por conta dos acordos da aliança, ela não vai poder ir a vários lugares. Eu não sou presidente do PT. Então, não estou subordinado aos acordos que o Rui Falcão [presidente da sigla] fez. Aonde tiver candidato do PT, eu estarei lá”, disse.
Para o ex-presidente, há uma «perseguição» ao PT. Segundo ele, «parece que há uma coisa pessoal» contra o ex-ministro José Dirceu, os ex-deputados José Genoino e João Paulo Cunha e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, presos devido a condenações no julgamento do processo do mensalão. «Mas o dado concreto é que enquanto as pessoas se preocupam em todo dia tentar veicular notícia sobre nossos companheiros presos, o mensalão mineiro voltou para BH e ninguém comenta”, declarou.
Lula elogiou o pronunciamento de 1º de Maio de Dilma em cadeia nacional de rádio e TV em que ela anunciou de 10% do Bolsa Família e correção da tabela do imposto de renda. «Acho que os trabalhadores e o PT estavam precisando ouvir esse discurso. O discurso teve tanta repercussão que nossos adversários e parte da imprensa ficaram muito nervosos. Portanto, querida, faça mais”, disse.
Ele também criticou as tentativas de criação de uma CPI para investigar denúncias envolvendo a Petrobras. “Não é possível a gente aceitar gratuitamente a tentativa da elite brasileira de tentar destruir a imagem da empresa que durante tantos anos é motivo de orgulho do nosso povo, que é a Petrobras. Sempre em época de eleições chega alguém com bilhetinho querendo criar CPI. A impressão que eu tenho é que tem gente querendo fazer caixa em época de campanha ameaçando a Petrobras.”
O ex-presidente aproveitou o discurso para criticar a imprensa e defender a aprovação de um marco regulatório da mídia. “Temos que discutir marco regulatório para democratizar os meios de comunicação. O que causa preocupação é que o principal partido de oposição à vossa excelência [presidente Dilma] é a nossa gloriosa imprensa”, disse.
Ele encerrou a fala dizendo: “Dilminha, se me permite chamar assim, é só você preparar a agenda que o Lulinha estará junto com você para ganhar as eleições”, disse.
Ministros e aliados A cerimônia de abertura oficial do encontro reuniu 11 dos 37 ministros, três governadores e representantes de partidos aliados (PMDB, PDT, PSD, PTB, PP e PC do B).
O senador Valdir Raupp (RO), presidente em exercício do PMDB, principal partido aliado, afirmou que existe “unidade” na legenda em apoio à continuidade governo de Dilma e defendeu a manutenção como vice na chapa de Dilma o atual vice-presidente da República Michel Temer (PMDB). “Destaco a unidade do PMDB em torno da aliança nacional, com a presidente Dilma Rousseff, e nos estados vamos, em sua grande maioria, compor alianças com o PT”, disse.
Dirigentes de PP, PTB, PSD e PC do B também discursaram brevemente para reafirmar apoio a Dilma na eleição presidencial. “É imprescindível uma unidade das forças aliadas em torno da presidente Dilma Rousseff a fim de alcançarmos sua reeleição”, disse o presidente do PCdoB, Renato Rabelo.
O governador da Bahia, Jaques Wagner, discursou em nome de governadores petistas e disse ter certeza de que as eleições de outubro serão difíceis, porque os adversários “destilam ódio”. “Tenho muita segurança que a eleição será uma eleição dura, porque o lado de lá destila ódio. Enquanto eles destilarem ódio, devemos destilar alegria, abraços, a felicidade daqueles que têm a consciência de que os brasileiros melhoraram de vida”, disse. “Assim como gritávamos, ‘Lula é meu amigo, mexeu com ele mexeu comigo’, agora temos que gritar: ‘A Dilma é minha amiga, mexeu com ela, mexeu comigo’”, defendeu.
Colaborou Amanda Previdelli, do G1 São Paulo.
Partido reafirmou candidatura de Dilma e buscou afastar tese do ‘Volta Lula’.
O 14º Encontro Nacional do PT formalizou na noite desta sexta-feira (2), em São Paulo, a indicação da presidente Dilma Rousseff como pré-candidata à reeleição pelo partido. A oficialização da candidatura se dará somente em junho, na convenção nacional do PT.
No evento, petistas buscaram esvaziar o chamado movimento «Volta Lula», cujo objetivo era substituir a candidatura de Dilma pela do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Antes de discursar, o presidente do partido, Rui Falcão, pediu aos militantes da plateia que levantassem os crachás vermelhos de delegados para aprovar a indicação de Dilma como pré-candidata do PT. No discurso, cujo conteúdo havia sido distribuído antes aos jornalistas pela assessoria, Falcão disse que a «tarefa mais importante» do partido é reeleger Dilma presidente.
Dilma e Lula entraram juntos no auditório do centro de convenções Anhembi e foram recepcionados pela plateia de cerca de 800 delegados do PT sob aplausos e aos gritos de «Um, dois, três, Dilma outra vez».
A presidente disse aos delegados que o lançamento de sua pré-candidatura à eleição de outubro é uma “prova” da confiança mútua entre ela e o ex-presidente Lula.
“Hoje, para receber a missão honrosa, a missão desafiadora de ser pré-candidata do PT à Presidência da República, dirijo à nossa liderança, a você presidente Lula, as minhas palavras de respeito e carinho. Esta é uma prova contundente da nossa confiança mútua e dos laços que nos uniram e nos unem ao povo brasileiro. Foi o compromisso com o povo brasileiro que nos uniu”, afirmou.
Ela afirmou que assumiu a missão «desafiadora» de ser candidata à reeleição e fez uma retrospectiva de seu governo, dizendo que enfrenta o desafio de suceder uma «lenda», referindo-se a Lula. “Eu tive uma tarefa fantástica, uma tarefa que a gente pode chamar de avassaladoramente forte, hercúlea, de suceder [o ex-presidente Lula]”, declarou.
Do rancor que os saudosistas do passado e uma certa elite têm de nós provém o nosso êxito. O Brasil não vai voltar no tempo porque o povo brasileiro não vai deixar. O Brasil não deve ser dirigido pelo rancor, pelo ódio e pelo ressentimento. Nós sabemos de onde nós viemos e sabemos para onde queremos ir. O PT não é o partido do ódio. Nós já derrotamos por três vezes esse nível de rancor. […] Vamos derrotá-los uma quarta vez.»
Para Dilma, o momento é de avançar com reformas, em especial a reforma politica. «Essa nova campanha na qual me colocaram como candidata exige que coloquemos como estratégica a reforma politica.» A presidente também fez referência à corrupção e disse que os governos do PT foram os que mais combateram o problema. «Antes, varria-se tudo para baixo do tapete», declarou.
Sem citar nomes, a presidente mencionou os que, segundo ela, são movidos a «ódio» e «rancor» e pediu unidade ao PT.
«Do rancor que os saudosistas do passado e uma certa elite têm de nós provém o nosso êxito. O Brasil não vai voltar no tempo, porque o povo brasileiro não vai deixar. O Brasil não deve ser dirigido pelo rancor, pelo ódio e pelo ressentimento. Nós sabemos de onde nós viemos e sabemos para onde queremos ir. O PT não é o partido do ódio. Nós já derrotamos por três vezes esse nível de rancor. Disputa, num partido como o nosso, é absolutamente justa. Nós vamos derrotá-los uma quarta vez. Só o faremos se estivermos juntos.»
Dilma se referiu ainda às críticas que recebeu dos adversários Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) pelo pronunciamento do Dia do Trabalho, no qual anunciou reajuste de 10% em benefícios do programa Bolsa Família.
«Eu quero informar uma coisa a vocês para que não fiquem dúvidas levantadas pela oposição a respeito do Bolsa Familia, já que só pensam no Bolsa Familia em momentos eleitorais. Fora dos momentos eleitorais, o Bolsa Família não existe. Vou lembrá-los que nos últimos três anos e quatro meses implantamos seis grandes melhorias no Bolsa Familia que elevaram o beneficio, descontada a inflação, em 44,3%», declarou.
Lula Antes da fala de Dilma, Lula afirmou que é preciso “parar de imaginar que existe outro candidato” do partido à eleição presidencial de outubro “que não a presidente Dilma Rousseff”.
“Quando a gente brinca com isso os adversários aproveitam. Não podemos gastar energia com coisa secundária. Não teremos campanha fácil”, afirmou.
Ele disse que, a partir de julho, estará “por conta da campanha” eleitoral. “Temos um pequeno problema para resolver que é o seguinte: a Dilma, por conta dos acordos da aliança, ela não vai poder ir a vários lugares. Eu não sou presidente do PT. Então, não estou subordinado aos acordos que o Rui Falcão [presidente da sigla] fez. Aonde tiver candidato do PT, eu estarei lá”, disse.
Para o ex-presidente, há uma «perseguição» ao PT. Segundo ele, «parece que há uma coisa pessoal» contra o ex-ministro José Dirceu, os ex-deputados José Genoino e João Paulo Cunha e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, presos devido a condenações no julgamento do processo do mensalão. «Mas o dado concreto é que enquanto as pessoas se preocupam em todo dia tentar veicular notícia sobre nossos companheiros presos, o mensalão mineiro voltou para BH e ninguém comenta”, declarou.
Lula elogiou o pronunciamento de 1º de Maio de Dilma em cadeia nacional de rádio e TV em que ela anunciou de 10% do Bolsa Família e correção da tabela do imposto de renda. «Acho que os trabalhadores e o PT estavam precisando ouvir esse discurso. O discurso teve tanta repercussão que nossos adversários e parte da imprensa ficaram muito nervosos. Portanto, querida, faça mais”, disse.
Ele também criticou as tentativas de criação de uma CPI para investigar denúncias envolvendo a Petrobras. “Não é possível a gente aceitar gratuitamente a tentativa da elite brasileira de tentar destruir a imagem da empresa que durante tantos anos é motivo de orgulho do nosso povo, que é a Petrobras. Sempre em época de eleições chega alguém com bilhetinho querendo criar CPI. A impressão que eu tenho é que tem gente querendo fazer caixa em época de campanha ameaçando a Petrobras.”
O ex-presidente aproveitou o discurso para criticar a imprensa e defender a aprovação de um marco regulatório da mídia. “Temos que discutir marco regulatório para democratizar os meios de comunicação. O que causa preocupação é que o principal partido de oposição à vossa excelência [presidente Dilma] é a nossa gloriosa imprensa”, disse.
Ele encerrou a fala dizendo: “Dilminha, se me permite chamar assim, é só você preparar a agenda que o Lulinha estará junto com você para ganhar as eleições”, disse.
Ministros e aliados A cerimônia de abertura oficial do encontro reuniu 11 dos 37 ministros, três governadores e representantes de partidos aliados (PMDB, PDT, PSD, PTB, PP e PC do B).
O senador Valdir Raupp (RO), presidente em exercício do PMDB, principal partido aliado, afirmou que existe “unidade” na legenda em apoio à continuidade governo de Dilma e defendeu a manutenção como vice na chapa de Dilma o atual vice-presidente da República Michel Temer (PMDB). “Destaco a unidade do PMDB em torno da aliança nacional, com a presidente Dilma Rousseff, e nos estados vamos, em sua grande maioria, compor alianças com o PT”, disse.
Dirigentes de PP, PTB, PSD e PC do B também discursaram brevemente para reafirmar apoio a Dilma na eleição presidencial. “É imprescindível uma unidade das forças aliadas em torno da presidente Dilma Rousseff a fim de alcançarmos sua reeleição”, disse o presidente do PCdoB, Renato Rabelo.
O governador da Bahia, Jaques Wagner, discursou em nome de governadores petistas e disse ter certeza de que as eleições de outubro serão difíceis, porque os adversários “destilam ódio”. “Tenho muita segurança que a eleição será uma eleição dura, porque o lado de lá destila ódio. Enquanto eles destilarem ódio, devemos destilar alegria, abraços, a felicidade daqueles que têm a consciência de que os brasileiros melhoraram de vida”, disse. “Assim como gritávamos, ‘Lula é meu amigo, mexeu com ele mexeu comigo’, agora temos que gritar: ‘A Dilma é minha amiga, mexeu com ela, mexeu comigo’”, defendeu.
Colaborou Amanda Previdelli, do G1 São Paulo.